O PERFUME

Pois é, só agora deixo aqui um comentário à adaptação do meu livro favorito. Como é meu hábito, não gosto muito de me alongar, preferindo apenas tecer um ou outro comentário que ache mais pertinente.

- O filme é bom, contrariando as críticas portuguesas que correram o filme com bolinhas pretas;

- O actor principal, Ben Wishaw, está perfeito na caracterização deste personagem muito estranho que é Grenouille. Fez-me lembrar em certos aspectos Hayden Christensen, na "Vingaça dos Sith", muito sombrio e misterioso;

- Alan Rickman, não brilha como é seu costume, mas també não desilude;

- Tinha enorme expectativa para saber como iria ser recriado o final, e devo confessar que é forte a orgia final. Não me lembro de ver tanto corpo nú num só filme.

- Enfim, não é um filme que ficará na história, mas recriar todo aquele universo de odores seria muito complicado. Uma nota muito positiva para o filme.

Hugh Grant

Esta semana estreia a nova comédia com Hugh Grant. Pode não ser o melhor actor do mundo, mas no que diz respeito a comédia romântica, não há melhor que ele. Ele protagoniza os melhores filmes deste género: "Nine Months", "Notting Hill", "Four Weddings and a Funeral", "Bridget Jones' Diary", "About a Boy" (num género ligeiramente diferente). O meu preferido continua a ser "Love Actually" (este filme é sem dúvida o melhor deste género por vezes sub-valorizado.

Este "Music and Lyrics" ainda não o vi, mas deve ser mais um óptimo filme para ver com a nossa gaja!

The OC

Pois começou ontem na FOX a última temporada de "The OC". Com Marissa surpreendentemente morta no último episódio da temporada anterior, a expectativa é grande para perceber como iriam os autores desenrolar a história. O primeiro episódio mantém o nível, ou seja, muito bom. Isto para quem gosta da série. Uma coisa é certa, o final vai ser surpreendente (pelo menos até agora). Como vai acabar Ryan?

PS Eu sei que se trata de um blog de cinema, mas não faz mal porque sou eu que mando.

OS MACACOS

Vi este fim de semana o clássico com Charlton Heston "Planet of the Apes". Devo dizer que gostei, mas ficou aquém das minhas expectativas. Confesso que esperava mais e que prefiro de longe o mal-amado remake de Tim Burton. Uma das razões é simples: os cenários do filme de Burton são bem mais atraentes que no original. Mas isso é normal em Burton. Ele é mestre em criar cenários de sonho: veja-se "Sleepy Hollow" ou "Batman" entre todas as outras obras do realizador. Ainda assim e porque data de 1968, o filme de Schaffner é um bom filme, considerado hoje um clássico, mas se fosse produzido hoje isso seria complicado.

Mais clássicos do Mestre

E lá comprei mais uns clássicos do mestre Hitchcock. Desta vez é "Rope" e "Torn Curtain". Confesso que ainda não tive tempo de ver o segundo, mas o primeiro vai directamente para os meus preferidos de Alfred.

A história é simples: para a dupla de assassínios matar é uma arte só ao nível de seres superiores. James Stewart é como um professor para os dois. Tudo no filme funciona e apenas registo uma falha (aqui da culpa do mestre): o realizador poderia ter optado por não mostrar a cena inicial da morte de David, deixando no ar o suspense para o que estaria dentro da arca. Ao mostrar tirou logo de início a curiosidade do espectador... Ainda assim tudo o resto funciona. À semelhança do que acontecera com "Rear Window", aqui tudo se passa num só cenário, o que para mim é uma mais-valia.

Não há muitas palavras para descrever o filme. Curiosamente o filme não teve grande sucesso quando saiu, mas isso não faz dele um filme menor.

MUITO BOM

THE DEPARTED

Finalmente um pequeno comentário ao filme de Scorsese.

O filme é realmente bom, mas falta-lhe qualquer coisa para chegar ao estatuto de obra-prima. As interpretações são muito boas. Claro que destaco o duo principal (DiCaprio e Dammon) e o velho Jack Nicholson (como é que nao teve a sua nomeação da praxe depois de mais uma estrondosa interpretação?). O final é levado ainda mais longe que em "Infernal Affairs". Aqui morre tudo e mais nada. Mark Walbergh (com a sua nomeação) faz um papel detestável e faz muito bem.

Um filme é feito de actores. São os actores que lhes dão estatuto ou não. Este filme feito por actores mauzinhos seria fraquinho.

Leonardo DiCaprio, apesar do seu ar de menino, está feito um homem, e é talvez o grande actor da sua geração.

Contudo e apesar de todos os ingredientes para se tornar um clássico, falta ali qualquer coisa para lá chegar. Ainda não sei o que é, mas...