Quando se faz teatro de qualidade, temos mesmo que ver. E que bela adaptação de uma das maiores obras da literatura portuguesa. Que bom que foi ver a plateia cheia de jovens, o que sinceramente me surpreendeu. Não sei se foram à procura de perceber melhor a obra de Eça, mas o que é certo é que lá estava e souberam comportar-se. Sobre a peça em si, pouco há a dizer. Poderá parecer confusa para alguns, uma vez que não segue a linha cronológica do livro, mas isso só tornou ainda mais interessante. Depois tem lá tudo, desde a crítica de costumes, à política, além da actualidade que lhe é inerente. Os actores, esses estiveram muito bem, com destaque para o personagem João da Ega. De resto tratam-se de actores já com carreira sufiiente para saber o que fazem: desde José Fidalgo como Carlos da Maia, Afonso Malão, João Didelet, Pedro Górgia (talvez o mais cómico), Luis Mascarenhas, Sofia Duarte Silva (como Maria Eduarda), entre outros.
E desculpem que vos diga, sempre considerei a história de amor de Carlos da Maia e Maria Eduarda mais trágica, profunda (enfim, melhor) do que por exemplo Romeu e Julieta.
O melhor: o monólogo de João Didelet; a encenação de Rui Mendes
O pior: não sei como, mas numa plateia com centenas de pessoas, toda a gente tinha ataques de tosse. E telemóveis a tocar (duas vezes) não é permitido.
2 comentários:
Excelente sugestão sem dúvida. Acredito que os Maias merecem mesmo uma peça de qualidade visto que a qualidade da obra é inacreditável. Apenas prova que Portugal é pródiga em autores. Se for pródigo em interpretações também temos uma mistura irresistivel. Essa questão dos telemoveis é que é uma vergonha.
Abraço
Também vi. Gostei mais ou menos, só. Nunca vou muito na onda de peças comerciais, cheias de actores de novelas (o que é um preconceito tão grande como o contrário, o de não gostar de teatro experimental, eu sei!). Achei que o suposto climax da história, quando descobrem que são irmãso, foi muito despachado como se "vá, que isto está quase no fim e já temos pouco tempo".
ADOREI o Ega. Para mim, não sendo a personagem principal, destacou-se completamente. Nas cenas a dois, ele arrumava o José Fidalgo a um cantinho, de tanto que enchia o palco :)
Mas claro que é sempre bom, optimo, ver uma obra como Os Maias, no teatro! Clap clap para isso! :)
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